domingo, 2 de dezembro de 2007

Antigas estações podem servir para hotéis ou restaurantes

A transformação de antigas estações ferroviários em hotéis ou restaurantes e a criação de percursos turísticos ao longo de mais de 200 quilómetros de linhas transmontanas desactivadas é o propósito de um projecto apresentado em Bragança a autarcas e privados.

A promotora é a Invesfer, uma empresa subsidiária da Refer, a proprietária do património e infra-estruturas das linhas de comboio do país. A maioria das linhas transmontanas foi desactivada há mais de 15 anos e a Invesfer pretende agora aliciar privados e autarquias a aproveitarem o património que se encontra ao abandono.

A primeira abordagem para este projecto foi feita em Julho e ontem a administração da Invesfer juntou em Bragança autarcas, empresários, bancos e outros agentes da restauração e do turismo para discutir a ideia. As linhas abrangidas em Trás-os- Montes são as do Douro, Sabor , Tua e Corgo e o objectivo é estudar a possibilidade de transformar os canais em ecopistas e aproveitar o património edificado envolvente, nomeadamente as estações e casas dos guardas de nível. “Estamos a procurar iniciativas, sejam culturais ou comerciais, para promovermos um projecto regional que envolve as várias linhas e que seja indutor da actividade económica da região, nomeadamente o turismo”, explicou o presidente da Invesfer, Vicente Pereira. O responsável garantiu que existe já interesse, nomeadamente de privados para este projecto, que deverá ser elaborado durante o próximo ano.

Segundo explicou, a ideia é apoiar eventuais iniciativas privadas e, em relação à parte pública, promover uma candidatura conjunta a fundos comunitários. Os autarcas locais consideram o projecto “uma boa ideia”, mas entendem que só “terá sucesso se houver investimento e interesse dos privados”.

Esta opinião foi resumida pelo presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, para quem “as autarquias, só por si, não têm vocação nem condições para este projecto”.

A Invesfer tem uma iniciativa idêntica em curso para as linhas desactivadas do Alentejo e vai promover no próximo ano um seminário internacional para lhe dar visibilidade, integrando-a na rede europeia de eco-pistas. De fora fica a pretensão assumida esta semana pelos autarcas de Figueira de Castelo de Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa de recuperar o comboio no troço da linha do Douro entre o Pocinho e Braça D´Alva.

PJ, 2007-12-01
Visto em: Diário de Trás-os-montes

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